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Markus Lothar Fourier

Você já se sentiu sozinho?

"Uma em cada três pessoas sente-se sozinha na sociedade da hiperconexão e das redes sociais"*


O que será que tem contribuído para esse crescente sentimento de desconexão e isolamento? Certamente, não há um único fator que responda a essa pergunta. Um pedaço dessa resposta, me parece, está no trecho que segue abaixo, retirado de um livro.


"Cada pessoa aprende cedo na vida que tem mais probabilidade de ser amada se se comportar de acordo com as maneiras que são aprovadas pelas pessoas que lhe são importantes, do que se o seu comportamento for a expressão espontânea dos próprios sentimentos. Por isso, começa a desenvolver uma carapaça de comportamentos externos, pela qual se relaciona com o mundo exterior. A carapaça pode ser relativamente fina, um papel que desempenha conscientemente, tendo ao menos uma consciência tênue de que, como pessoa, é bastante diferente desse seu papel. Ou pode tornar-se uma carapaça dura, uma armadura, que ela julga ser ela própria, esquecendo completamente a pessoa que está dentro. Todavia, quando o indivíduo deixa cair parte da sua carapaça defensiva, está na altura em que é mais vulnerável à verdadeira solidão. Talvez deixasse cair a fachada ou parede dela voluntariamente, numa tentativa de se encarar mais honestamente. Ou um ataque pode ter aberto uma brecha nas suas defesas. Em qualquer dos casos, isto o deixa com seu eu interior e privado um tanto exposto - um eu que é infantil, muito sensível, com defeitos e qualidades, com impulsos criativos e destrutivos - um eu imperfeito e sobretudo vulnerável. Ele tem a certeza de que ninguém gostaria ou amaria este estranho e contraditório eu que tanto tentou ocultar. Desenvolve-se assim um sentido profundo de alienação dos outros, uma sensação de que 'se alguém chegasse a conhecer-me como realmente sou, por dentro, não poderia, provavelmente, respeitar-me ou amar-me'. O indivíduo sente-se vivamente consciente desta solidão".


O que Rogers está dizendo, em outras palavras, é que ficamos muito tempo nos relacionando com os outros por meio de carapaças e máscaras, e isso faz com que o eu interno vá ficando esquecido e solitário, afinal, não é ele que está presente na interação. A hipótese dele, é que se conseguíssemos nos expressar e nos mostrar de forma um pouco mais autêntica, o sentimento de solidão diminuiria, pois isso levaria a uma relação verdadeira, onde ambos se enxergam e se escutam melhor. Você concorda com ele?


Fontes:


Livro Grupos de Encontro

Carl R. Rogers

P. 126-127.

Editora Martins Fontes


Solidão, uma nova epidemia

Jornal El País





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