Olá pessoal, tudo bem?
Hoje vamos conversar sobre a terapia, especialmente para quem está pensando em buscar ajuda pela primeira vez. Quero falar um pouco sobre o processo de psicoterapia e como eu o vejo. Para isso, vou fazer uma analogia com um texto muito conhecido, chamado "Autobiografia em cinco capítulos", extraído do livro "Tibetano do viver e do morrer", do autor Sogyal Rinpoche.
Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio...
Estou perdido... sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim, leva um tempão para sair.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim, caio... é um hábito.
Meus olhos se abrem. Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.
Ando por outra rua.
Um dos pontos importantes do processo terapêutico é a repetição. Muitas vezes, chegamos à terapia em crise e buscando soluções rápidas para nossos problemas, mas descobrimos que a mudança não é tão simples assim. Às vezes, as coisas melhoram e depois pioram novamente, mas é importante perceber que não estamos exatamente no mesmo lugar. Estamos no mesmo sintoma, mas nossa consciência está mais ampliada e nossa compreensão dos problemas também.
Outro ponto fundamental da terapia é a reflexão. O papel do terapeuta não é simplesmente dar dicas para sair do buraco, mas ajudar o paciente a refletir sobre suas próprias escolhas e ações. É importante lembrar que a terapia não é um processo rápido e que pode levar tempo para alcançarmos a mudança que desejamos. Porém, com paciência e dedicação, podemos aprender a lidar melhor com nossos problemas e a encontrar caminhos para uma vida mais equilibrada e feliz.
Espero que tenham gostado dessa reflexão sobre a terapia e que possa ter ajudado quem está pensando em buscar ajuda. Lembrem-se sempre de que não há nada de errado em pedir ajuda e que a terapia pode ser uma ferramenta valiosa para melhorarmos nossa saúde mental e emocional.